Exército Brasileiro
Como atuam os Comandos, unidade de elite do Exército Brasileiro
“O máximo de confusão, morte e destruição na retaguarda do inimigo”. É segundo esse lema que age o 1º BAC, o Batalhão de Ações de Comandos. Também conhecido como Comandos, o 1º BAC é uma força de elite que conduz operações especiais do Exército Brasileiro – ações sigilosas e de longo alcance, contra inimigos de alto valor, em áreas hostis, além do alto risco para os combatentes. Um exemplo desse tipo de operação é o combate aos grupos militares do Haiti, que exigiu o serviço altamente qualificado dos Comandos, assim como o de outras unidades especiais do Exército.
1º Batalhão de Ações de Comandos, treinamento CAC
Créditos: Exército Brasileiro.
Para ser um membro dos Comandos, o candidato deve participar do Curso de Ações de Comandos (CAC). O currículo desse curso foi inspirado no Ranger Curse – utilizado pelo Departamento de Rangers da Geórgia, Estados Unidos –, mas logo seguiu rumo próprio e se tornou um dos processos de seleção mais difíceis das Forças Armadas Brasileiras.
Quer saber um pouco mais sobre o 1º Batalhão de Ações de Comandos? Confira abaixo um pouco da história do 1º BAC, as formas de ingresso e características do CAC.
Histórico
Em 1968, foi criado o Destacamento de Ações de Comandos (DAC), ainda na cidade do Rio de Janeiro – e também, na época, subordinado à Brigada de Infantaria Paraquedista (BIP). Quando a BIP foi transformada em batalhão, também o DAC se tornou 1º BAC. Da mesma forma, em 2003, foi desvinculada da BIP e teve sua sede transferida para Goiânia. Seu patrono é o capitão Francisco Padilha, que participou de guerrilhas contra invasores holandeses no século XVII.
Entretanto, a denominação DAC não foi abolida. Atualmente, o 1º BAC se organiza da seguinte forma:
Estado-Maior;
1 Companhia de Comando e Apoio (CCAp);
3 Companhias de Ações de Comandos, cada uma com 3 DACs;
1 Destacamento de Reconhecimento e Caçadores (DRC).
Os DACs se tornaram, então, a unidade básica do batalhão. Quanto ao DRC, seus membros são selecionados e treinados para executar com perfeição técnicas de tiro, especialmente a distância e contra alvos em posições ocultas.
1º Batalhão de Ações de Comandos
Créditos: Exército Brasileiro.
Como ingressar?
Para ser um Comando, o candidato deve cumprir os seguintes requisitos:
Ser voluntário;
Ser do sexo masculino;
Estar, no mínimo, há um ano na Organização Militar (OM);
Se for Oficial, as patentes mínimas são: Segundo-Tenente, Primeiro-Tenente ou Capitão de Carreira das Armas, Quadro de Material Bélico, Serviço de Intendência e Serviço de Saúde;
Se for Praça, as patentes mínimas são: Terceiro-Sargento, Segundo ou Primeiro-Sargentos de Carreira, das Qualificações Militares de Subtenentes e Sargentos, Combatente e Logística;
Participar de um teste de aptidão física, que inclui corrida, marcha, exercícios aeróbicos, natação e apneia.
O curso
O treinamento ao qual os candidatos são submetidos dura 12 semanas, e seu índice de aprovação é de aproximadamente 20%. No início do CAC, cada um dos integrantes recebe um gorro preto, que mantém se chegar ao final do processo. Entre as disciplinas ministradas no CAC, estão: organização e emprego dos comandos; armamentos; explosivos; tecnologias de comunicação; lutas e especialização em ambientes de diversas configurações geográficas; pilotagem e manobras de aeroterrestres e aeromóveis (quando em parceria com as Forças Aéreas Brasileiras, a FAB); e lançamento de carga de aeronaves.
Outra habilidade que os candidatos aos Comandos adquirem é a de lidar com emergências médicas, distúrbios causados por fatores ambientais e lesões em vários graus de seriedade, assim como aplicar medidas de primeiros-socorros.
Em razão das dificuldades enfrentadas em suas missões, são treinados para lidar com capturas, resgates e sabotagens em todo tipo de terreno e situação. Para isso, precisam aprender a como utilizar instrumentos de orientação (mapas topográficos e GPS); adquirir conhecimentos geográficos em relação aos diferentes climas e relevos; e técnicas de mergulho.
Pelo fato de seus integrantes terem formações diversas, o CAC possui uma fase de nivelamento. Além do preparo técnico e físico, essa é uma etapa que foca primordialmente na aptidão psicológica. Por fim, há sempre um acompanhamento médico em todos os pontos do processo, incluindo coletas de sangue semanais e, se necessárias, diárias